(1) Numa fria madrugada eu arriei o meu Picasso
(2) Fui fazer uma cassada no Campo de Santo Inácio
(3) Num rancho beira de estrada pra aliviar o meu cansaço
(4) Parei pra beber uma água e conheci o velho 'Epitácio'
(5) Era o rei dos cantador ai que teve um triste fracasso

(1) Seu moço você esta vendo esta viola empoeirada?
(2) Faz dez anos que este pinho está no esteio pendurada
(3) Dez anos atraz esta viola sempre foi a minha enxada
(4) Eu com o meu companheiro nós dois não tinha parada
(5) Toda semana cantava levando a vida folgada

(1) Cada dia uma cidade sempre fazendo viagem
(2) Prá violeiros despeitados bater com nóis é bobagem
(3) Em modas de desafio nóis tinha grande bagagem
(4) Desafiava dia e noite não levava desvantagem
(5) A fama do Nhô Epitácio já estava em muitas paragem

(1) Fizemos a última viagem do lado do Itararé
(2) Quando bateu meia-noite os campeão chamou no pé
(3) Cantamos o resto da noite sem desconfiar da má fé
(4) O povo fingia alegre dançando e batendo o pé
(5) Quando foi de madrugada para nós trouxeram café ai

(1) Seu moço aquele café foi verdadeira cilada
(2) A parte que nos trouxeram tava toda envenenada
(3) Por eu não tomar café me livrei desta emboscada
(4) Sem dizer que aquela gente tava toda despeitada
(5) Os campeão que nóis quebramos tinha fama respeitada

(1) No outro dia faleceu meu parceiro de estimação
(2) Pendurei ali a viola e nunca mais botei a mão
(3) Esta viola é vitoriosa nunca perdeu pra campeão
(4) Esta foi a última viagem que enlutou meu coração
(5) Porque perdi meu parceiro e alem disso é meu irmão ai