E|---------------------/7-7-7-6-6-6-4-6-4-0-2|
B|--------------4-4/5--/9-9-9-7-7-7-5-7-5-2-4|
G#|--------2-3-5------------------------------|
E|----2-4------------------------------------|
B|4-5----------------------------------------|
E|-----------------------------------------------|
B|-----------------------------------------------|
G#|--------2-3/5-3-2---/8-7-----------------------| F#7 B
E|----2-4------------------9-7-6-4-2-0----2/7-7-7|
B|4-5-----------------------------------4--------|
F#7 B
Na cidade onde moro amanheço escutando, a cantiga dolente de um bem-te-vi F#7 B
Se os seus olhos vissem meus olhos chorando, ele ia cantar muito longe dali
F#7 B F#7 B
Seu cantar vai buscar o meu doce passado, que vem e retorna nas assas do vento F#7 B
Parece fumaça de um fogo agitado, sufocando o ego do meu sentimento
Introdução
F#7 B
Pois ali não vejo o jacarandá, onde cantarolava o canário da terra
F#7 B
Não vejo traíra no meu samburá, e nem a lagoinha na no pé da serra
F#7 B F#7 B
Não vejo perdiz na trilha do gado, e nem as abelhas no pólen da flor
F#7 B
Não ouço mugido de boi confinado, lá na passarela do embarcador
Introdução
F#7 B
Também não deparo com minha mãezinha, ralando mandioca no velho galpão
F#7 B
Papai não debulha milho pras galinhas, nem trata dos porcos lá no mangueirão
F#7 B F#7 B
Do passado eu tenho somente a cantiga, desse passarinho simples forasteiro
F#7 B
E a rara presença de alguma formiga, lambendo cimento sobre meu terreiro
Introdução
F#7 B
Chega de cantiga bem-te-vi granfino, chega de lembranças lá do meu sertão
F#7 B
É triste viver nas mãos do destino, longe dos currais, boiada e peão
F#7 B F#7 B
Quando você canta volto a ser menino, depois vem o tranco da desilusão
F#7 B
Assim você faz o meu sopro divino, morrer de overdose de recordação